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BUN BU RYO DO - 文武 両 道 - O CAMINHO DA PENA E DA ESPADA - KILDER GIOVANNI
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domingo

SHODÔ - 書道


O SHODO é a caligrafia Japonesa, tradicionalmente monocromática, produzida através de um FUDE ( pincel - ), WASHI ( papel de arroz -  和紙 ) e SUMI ( tinta à base de carvão -  ). Considerado uma forma de expressão artística, o SHODO também possui um sentido filosófico que conduz seu praticante a um caminho de crescimento espiritual, bem como o BUSHIDO ( caminho do guerreiro -  武士道 ). As formas tradicionais de transferência de símbolos caligráficos são sucintas. Estão escritas em um papel branco que personifica o vazio na filosofia zen, e os sinais negros em um fundo branco combinam conceitos de Yin e Yang como origens femininas e masculinas.
A arte da escrita surgiu na China a mais de 3 mil anos aproximadamente em 1.300 a.C. durante a dinastia Yin. Foi introduzida no Japão no final da dinastia Yuan pelo budismo e passou a ser mais difundida a partir do século VI.
O SHODO pratica a escritura dos caracteres japoneses HIRAGANA (silabário usado para palavras de origem japonesa) e KATAKANA (silabário usado para palavras e nomes estrangeiros) , assim como os caracteres KANJI`s (símbolo que possui um significado e representa uma ideia) que podem ser chineses ou japoneses.
A arte do SHODO é considerada uma metáfora para a própria vida e não há nada casual na caligrafia japonesa. O início, a direção, a forma e o final das linhas que variam seu efeito conforme a velocidade, a cor da tinta e a pressão sobre o papel buscando o equilíbrio, a proporcionalidade e harmonia entre os elementos para cada linha e ponto. Uma infinidade de significados podem vir de características mínimas como o espaçamento entre os traços, ângulos direcionais e até mesmo o material utilizado como diferentes tipos de papéis ou tipos diferentes de pincéis que geram efeitos especiais às pinceladas.
Muito difundida no mundo, a arte do SHODO é praticada pelos japoneses desde a educação primária e os mestres proeminentes das artes marciais escrevem  hieróglifos onde sua força e espírito são sentidos e expostos nos DOJO´s (local de treinamento) com símbolos que expressam significados filosóficos a serem refletidos e praticados por todos que frequentam o ambiente.
A caligrafia japonesa foi estudada por aristocratas e SAMURAI`s (aquele que serve -  )  e sua prática também representa a busca pelo conhecimento, pelo saber, pela cultura e tradição.
O SHODO é conhecido como caligrafia ZEN por ter sido trazido ao Japão pelos monges Budistas e desenvolvido nos templos de Budismo ZEN. Assim como nas práticas do ZEN, deve-se desenvolver o BOKKI, manifestação do KI (energia interior, espírito -  ) através da tinta, da respiração, da postura, do coração, do estado MUSHIN (não mente ou mente vazia / liberta -  無心 ), sem ilusões.
ZEN e SHODO têm mais em comum do que diferem. É a razão pela qual o treinamento ZEN usa o SHODO como outro veículo para explorar e revelar a essência da nossa humanidade.
 BUNBU RYODÔ                                                                                                                                                                                      
Durante a prática, cada pincelada  é única e não pode ser consertada ou completada. O “borrão” e os “espaços” falhos sobre o papel poderão ser vistos como parte de uma totalidade, desde que haja um equilíbrio natural entre os caracteres e a composição como um todo. O sentido estético do SHODO está na intensidade e sutileza dos traços em harmonia.

                                                                         









     

BUN BU RYO DO - 文武 両 道 O CAMINHO DA PENA E DA ESPADA




                                                        BUN BU RYO DO

É a abordagem tradicional japonesa para o treinamento de artes marciais. Refere-se à necessidade de harmonizar o treinamento físico das artes marciais com o cultivo da apreciação ou habilidade nas artes estéticas japonesas como o SHODO (caligrafia japonesa -  書道 ), o BONSAI (miniatura de arvore plantada em um vaso - 盆栽 ), o CHADO (cerimônia do chá - 茶道), o IKEBANA ou KADO (arranjo de flores - 華道 ), instrumentos musicais entre outras formas artísticas. Também se refere ao polimento da personalidade através do conhecimento e educação somados à prática das artes marciais.
A maioria dos grandes mestres de artes marciais dos séculos XVI a XX também praticavam artes culturais ou estéticas. Controlavam sua capacidade de causar repentina violência através da apreciação pelos aspectos serenos e contemplativos da vida humana e seu lugar na natureza. Eles eram pintores, escultores, filósofos, poetas ou bem estudados nos clássicos literários de sua época. 
Este termo é formado por quatro KANJI´s. O primeiro KANJI, BUN (literatura/arte/letra -  ), simboliza a razão, a sabedoria, a gentileza, o conhecimento. O segundo KANJI, BU (guerra ou artes marciais -  ), simboliza assuntos militares, a ação, o agir. O terceiro KANJI, RYO (ambos -   ), simboliza juntos, em comum acordo. E o quarto KANJI, DO (caminho -   ), simboliza um estilo de vida que busca o desenvolvimento pessoal, algo para ser percorrido durante a vida toda. Unidos, significam a busca constante pela evolução pessoal através da ação e da sabedoria intelectual, usando como ferramentas as artes marciais e as artes estéticas.
A pena e a espada devem estar em comum acordo através de uma vida reflexiva agindo e pensando sobre nossas ações, pensamentos, emoções e atitudes.
Não existe uma separação entre as duas coisas. Uma leva à outra. Se estiverem em equilíbrio, alcançamos uma vida saudável.
BUN -  e BU -    são os dois lados da mesma moeda. Um guerreiro sem  e sem  , torna-se uma artista marcial imperfeito e incompleto.
Nos dias atuais, o significado de BUN -   mudou, se comparado com o do tempo dos SAMURAI´S e não se refere mais à educação cultural japonesa como a poesia, a caligrafia e a cerimônia do chá. Agora se refere ao conhecimento das diversas culturas e seus padrões éticos a nível mundial, ao conhecimento geral, conhecimento especializado acadêmico e ao aspecto comportamental que se assemelha ao de um gentleman (cavalheiro) ou de uma lady (dama).
Se você é um praticante sério de alguma arte do BUDO, pode realmente desenvolver o verdadeiro espírito de      . Procure dedicar-se durante as práticas no DOJO (local de treinamento -  道場 ) e treine a consciência para desenvolver sua personalidade.





sábado

COMPREENDENDO O BUDÔ - 武道



No antigo Japão, século XV, conhecido como período SENGOKU-JIDAI, grandes confrontos foram travados nas disputas pelo poder e terras onde exércitos formados por guerreiros SAMURAIs (aquele que serve - ), se enfrentavam em sangrentas batalhas.
As famílias SAMURAIs sistematizaram suas técnicas de combate e as dividiram em conjuntos de disciplinas que eram transmitidas dentro dos clãs guerreiros. Somente um BUSHI (guerreiro - 武士 ) podia treinar estas técnicas.
Primeiramente aprendiam técnicas de golpear e defender-se. A eficiência era o principal objetivo. Posteriormente aprendiam a desenvolver o coração, ou seja, icluir à técnica: estratégia, o uso correto das emoções e intuição.
Surge então o BUJUTSU - 武術, todo o tipo de treinamento técnico que busca a efetividade em confrontos de guerra. Sejam treinamentos armados, desarmados, de estratégias, desenvolvimento corporal e mental com o objetivo de “acertar” o adversário.
Nos períodos hostís foram desenvolvidos hábitos, etiquetas e formas respeitosas no lidar entre as pessoas e principalmente entre os SAMURAIs exaltando a hierarquia. Qualquer mau entendido poderia gerar um confronto e culminar em morte. Entre os SAMURAIs foi desenvolvido um código de conduta ética e modo de vida conhecido como BUSHIDO - 武士道 . Este código de ética tinha, para os guerreiros, mais força que as próprias leis do Japão. Ele era transmitido oralmente e todos os clãs de SAMURAIs o seguiam. Para eles, era uma forma de viver e morrer com honra.
 Os princípios do BUSHIDO eram :
             GI (justiça e moralidade / razão correta / retidão –   )
             YUU (coragem / bravura heroica –  )
             JIN (benevolência / compaixão –  )
             REI (respeito / cortesia / amabilidade / polidez / gentileza –  )
             MAKOTO (honestidade / sinceridade /veracidade total –    )
             MEYO (honra / glória – )
             CHUU (dever / lealdade –    )
             NINTAI (caráter e auto-controle -  忍耐 )
No período TOKUGAWA, século XVII, iniciou-se a época de paz e os guerreiros SAMURAIs já não tinham mais a serventia habitual dos períodos de guerra. Os SAMURAIs foram forçados a encontrar uma nova aplicação de seus conhecimentos que até então eram voltados para as batalhas e, influenciados pelas principais religiões locais (Budismo, Xintoismo e Confuncionismo), mudaram o foco para a guerra interior, a evolução da personalidade para se tornarem pessoas melhores e influenciarem seu entorno buscando um mundo melhor. De acordo com o ZEN Budista uma pessoa percorre um longo caminho de evolução pessoal que dura a vida toda. O importante não é o foco final e sim o caminho que se trilha para chegar a ele. A este “caminho”, se dá o nome DÔ - .


As artes de combate militar já não eram mais exclusividade das famílias SAMURAIs. Com a abertura dos DOJOs (espaços de treinamento - 道場 ) para o público interessado, os SENSEIs ( professores -  先生 ) transmitiram seus conhecimentos de guerra enfocando a busca pela evolução da personalidade usando as técnicas e situações praticadas nos DOJOs como metáforas para melhor compreensão de seus alunos sobre o que realmente importava, a filosofia  BUDO NO KISO -  武道の基礎 ,  filosofia marcial que deveria transpor os limites dos DOJOs sendo praticada na vida cotidiana por seus alunos.
Por meio do treinamento o indivíduo aprende a ter disciplina, capacidade de superação e, ao mesmo tempo, desenvolve atitudes de respeito, cortesia, humildade e auto-controle.
Este modelo de aprendizado de filosofia de vida através das artes marciais passou a se chamar BUDO - 武道.
O Budo foi introduzido para ser o caminho espiritual que guiasse o praticante de artes marciais a atingir sua iluminação. Este conceito de iluminação vem do Zen Budismo que consiste em transcender o ego, eliminar os preconceitos e ilusões criadas pela mente humana apegada aos prazeres mundanos.
A expressão BUDO significa “caminho da guerra” ou “caminho marcial”. É escrita através da união dos KANJIs (caracteres da língua japonesa) : BU - e DO -  , formando BUDO -武道
Na tradução ocidental do KANJI BU temos o entendimento: Guerra. Mas o Kanji BU é formado por três KANJIs que dão a ele uma importância filosófica fundamental para nosso entendimento sob o ponto de vista oriental. São eles: ICHI ( um / primeiro -  ) ;TOMARU (parar -  ) ; YOKU (armas - ).
Leríamos: ( Primeiro, parar as armas ). Poderíamos interpretar que nossa guerra é a “não guerra”, que é a “guerra da paz”, que temos “que parar com nossos conflitos”. E mais profundamente poderíamos também dizer que temos que “parar a nossa guerra interior, nossos conflitos pessoais”.
Ao interpretar o termo BUDO, poderíamos dizer que é o “caminho da não guerra”, “caminho do não conflito”, “caminho da paz”.  É a busca constante pela paz. Pela paz do mundo e pela paz interna.
BUDO está ligado à mitologia japonesa do duende KAPPA -  河童 , que podia assumir a posição de ataque e defesa ao mesmo tempo, mantendo uma postura natural e descontraída.
Podemos compreender melhor o BUDO através de uma visão tridimensional onde o aprimoramento constante físico, mental e espiritual fazem parte de um todo. Não se deve separá-los durante a busca pela evolução. A prática constante de princípios que nos ajudam a tornar um ser humano melhor, após se transformarem em hábitos involuntários e flúidos, passam a ser virtudes que nos guiarão a fazermos as melhores escolhas durante as ocorrências da vida e criarmos uma personalidade de bom caráter, moral, ética e de atitudes corretas.
O BUDO como  ferramenta social, além da inclusão de toda e qualquer pessoa, independentemente de raça, idade, sexo ou mesmo habilidade, traz com a prática a melhora da autoestima, do espírito de companheirismo e trabalho em equipe, o respeito ao próximo e a valorização moral na busca por formar um cidadão melhor e útil para a sociedade.

Ass. por:  Kilder Giovanni

segunda-feira

TRANSCEDENDO O EGO



 
  
Ego, a partir da interpretação filosófica, significa o “eu de cada um”, ou seja, o que caracteriza a personalidade de cada indivíduo. Mas possuímos dois “EU”. Um, representa o nosso verdadeiro centro, nossa essência. O outro, é a consciência lógica que nos guia para viermos em sociedade. Este é o EGO.
Quando somos crianças, apenas brincamos. Somos nós mesmos. Não tentamos passar uma imagem para o mundo para sermos aceitos. Mas ao longo da vida, somos julgados pelas pessoas. Somos avaliados e acabamos moldando uma imagem que se projeta para o mundo, nos modificando. Mudamos nossos comportamentos e atitudes para nossa sobrevivência no mundo. Esta é a formação do Ego.
O Ego é para nossa defesa, nosso extinto de superproteção. É ele quem nos move, nos conduz, nos leva à procura por sabedoria e compreensão da vida. O Ego é a consciência lógica fundamental para nosso dia a dia. É ele quem nos faz ganhar dinheiro, saber nos comportar em sociedade, saber nos vestir, buscar por abrigo, termos questões de sobrevivência básica e quem cria conforto no nosso mundo.
Infelizmente, sua busca gera transtornos. Como seus subprodutos temos o individualismo, o materialismo, o egoísmo. O Ego nos motiva a entrar em discussões e sempre defendermos nossa certeza. Gera desejos. Desejos de consumismo, vícios, compulsões, fome de poder e ganância. O que importa é estar em primeiro lugar, temos que destacar no que fazemos, acumular condecorações, títulos, ser multifuncionais, ser o que todos gostariam de ser. Uma verdadeira armadilha para nossa existência quando nos identificamos com esta personalidade formada por estímulos externos.
Tudo aquilo que aprendemos sobre nós através do contato com outras pessoas gera uma referência de quem somos e por ser algo formado pelo “outro”, o Ego é um falso “Eu”, como uma máscara.
Devemos fazer uma busca pelo “Eu verdadeiro”, pelo nosso verdadeiro centro. E para isso, precisamos fortalecer o Ego através do contato com os outros. Este contato mostra que sua identidade com um falso ser gera um vazio na sua consciência e você acaba percebendo que aquele não é você real. Esta percepção de uma falsa ilusão culmina no encontro do seu verdadeiro ser, seu verdadeiro centro. Finalmente, você transcende o Ego. Passa a compreender que ele é uma ferramenta para sua sobrevivência e nunca um mestre do seu ser.
O importante é que nossas ações estejam de acordo com o que acreditamos, nossos valores. Que a ética prevaleça e que nossa busca seja sempre para nosso aperfeiçoamento pessoal para que assim, como pessoas melhores na sociedade, possamos deixar nosso legado positivo para aqueles que nos rodeiam e que cumpramos nosso papel como ser, mesmo sendo tão minúsculos que somos, que une culturas através das gerações na história da humanidade contribuindo assim para um mundo melhor.

CONTO SAMURAI - A SUPERIORIDADE DO MONGE ZEN



Era uma vez um samurai muito famoso e orgulhoso.
Como era costume na época, ele foi se entrevistar com um monge Zen.
Chegando ao frequentado templo, sentou-se na frente do mestre e observou sua postura digna e ao mesmo tempo descontraída. Apesar de ser um guerreiro experiente e importante, sentiu-se repentinamente inferior.
O samurai então perguntou ao monge: Por que estou me sentindo tão inferior? Um momento atrás eu estava bem, mas quando entrei aqui, subitamente me senti inferior e jamais me havia me sentido assim antes. Encarei a morte em batalhas inúmeras vezes sem nunca experimentar fraqueza ou medo. Por que estou me sentindo tão fraco e inseguro agora?
O mestre respondeu: Espere, samurai. Quando todos tiverem partido, eu te responderei.
Durante todo o dia, muitas pessoas chegavam para se entrevistar com o monge. Ao anoitecer, quando templo ficou vazio, o samurai entrou e voltou a perguntar:  Agora o senhor pode me responder por que me sinto inferior?
O mestre o levou para fora. Era uma linda noite, com a lua cheia surgindo no horizonte. Ele disse:  Olhe para estas duas árvores ao lado de minha janela: a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estão juntas naquele mesmo lugar há muitos anos e nunca houve problema algum. A árvore menor nunca perguntou à maior: ‘Por que me sinto inferior diante de você?’ A árvore grande nunca ficou orgulhosa porque era maior. Uma árvore é pequena e a outra é grande. Uma é alta e a outra é mais baixa. Nunca ouvi nenhuma das duas reclamando ou comentando sobre isso.
O samurai então argumentou: Isso acontece porque elas são árvores, não falam e também não conseguem fazer nenhum tipo de comparação.
E o monge replicou: Então não precisa me perguntar. Você já sabe a resposta. Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem. Você é o que é. Você simplesmente existe, perfeito e completo.
Um pequeno e despretensioso arbusto ou uma grande e imponente árvore. Não importa, são o que são. Você é você mesmo. Uma folhinha da relva é tão necessária quanto a maior das estrelas. Um monge Zen e um samurai, são o que são. O que os torna diferentes é o apego, o orgulho, a raiva, o ego.

Simplesmente olhe à sua volta. Tudo é perfeito, necessário, interdependente, tudo se encaixa, tudo tem sua função. É uma unidade orgânica. Ninguém ou nenhuma coisa é mais alto ou mais baixo, superior ou inferior, bonito ou feio, fraco ou forte. Cada um e cada coisa são incomparavelmente únicos. Você é importante e basta. Cumpra a sua função. Não considere, não conceitue, não espere resultados, não planeje, não deseje. Na Natureza, tamanho não é diferença. Tudo é uma mesma expressão da vida!
                                                                                                                                                                   

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